Tic tac

O tempo se arrastava naquela manhã. O vento frio que cortava ar fazendo com que ela se lembrasse saudosamente dos dias chuvosos que enfrentara na capital. Não parava para pensar muito sobre o tempo em que se manteve afastada. A rotina lhe consumia o suficiente para torna seu pouco e precioso tempo livre um momento de ócio mental. Não se pegava recordando a menos que algo a remetesse diretamente a alguma situação vivida. Talvez esta fosse uma forma de negligenciar a saudade que consumia suas entranhas. O que outrora foi, se foi para não mais voltar. E assim os dias seguiam sem que ela pudesse notá-los.

Despedida

Foi ai que ele me perguntou:
– Ainda beija meu retrato?
Pude sentir uma onda de calor e vergonha percorrendo meu corpo. E talvez por disfarçe ao tom rosa que tomou meu rosto, respondi-lhe rapidamente o contrário do que vinha fazendo.
Quase que por um segundo, podia jurar uma expressão de desapontamento, mas que logo foi substituída por um esboço de sorriso seguido de um adeus.
Seja talvez por isso minha angústia perante despedidas. Sempre tão constrangedoras. Foi assim também há alguns anos atrás. Dizem que perder um amor doí mais que perder uma amizade, pois não acho. Me separar de amigos, com as quais passei boa parte de minha vida, foi tão doloroso quanto renunciar a este amor. Não que tenha tido muitos, mas o suficiente para adquirir certo conhecimento.
Mas dessa vez era diferente. Não era uma despedida qualquer, mas sim uma especial. Uma despedida que levou cinco minutos para acontecer, mas iria durar para sempre. Sabia que passaria muitos dias dali para frente revivendo-a. Me deparei com o fim… E como se estivesse em meio a um completo vácuo de sentimento girei os calcanhares e dei as costas àquele que durante tanto tempo fez parte de um sonho antes de se tornar real; talvez para dar fim a minha angústia, talvez para encurtar a lembrança que me atormentaria dali pra frente.

hora do start

2013-07-18 12.19.49Formada em Jornalismo há apenas 1 ano, não foi fácil tomar a decisão que tomei: mudar de profissão. Só que mais difícil ainda tem sido encontrar caminhos que me ajudem a conquistar certo hábitos imprescindíveis para atingir meu novo objetivo, como estudar 10 horas por dia.

Acredite, voltar a acompanhar matérias de colégio depois de ficar afastada desse universo por quase 7 anos é uma tarefa bem complicada. Mas, tudo por um fim, certo? Afinal, passar no vestibular de medicina é quase uma guerra. E no momento estou travando uma batalha comigo mesma para me convencer de que esta luta vai precisar de muito mais que posso oferecer em termos de disciplina e concentração.

Diante disso, quanto mais motivação melhor… esses dias minha mãe entrou no meu quarto e disse algo interessante (escrevi em um post-it para não esquecer). Não sei de onde ela tirou ou onde foi que ouviu, mas o fato é que aquilo me inspirou e espero que me ajude nos momentos de recaída e em que encontrar desfocada (que não são poucos).

Love more, worry less;

Eu só tenho uma certeza na vida: nada é permanente! Tudo muda ao nosso redor, eu mudo, você também muda. Muitas pessoas que conheço passam a maior parte da vida reclamando, xingando, descontando suas frustrações nos outros, culpando quem não tem culpa, invejando o que não lhe pertence e procurando mais motivos para criticar a vida.

“Odeio meu emprego, ganho mal, o trânsito é estressante, meu relacionamento é uma merda, não me divirto mais, não tenho tempo para fazer o que gosto…”

E por aí vai… blá blá blá!

Eu me pergunto… pra quê perder tempo se preocupando com problemas pequenos, com medos e receios, com vergonha do que irão pensar se fizer isso ou aquilo, em dar rótulos às pessoas e aos relacionamentos, em julgar se alguém está certo ou errado.

Nada disso realmente importa. Amanhã o sol nasce de novo, amanhã isso já passou. Algo mudou, o mundo ou você. E quando você acorda, a única coisa que importa é o quão em paz você está e o quão verdadeiro você é consigo mesmo.

Ame mais e complique menos.

A vida pode ser tão simples, se você quiser…

mudanças;

É preciso coragem pra mudar. Pra perceber que o rumo que se está trilhando não vai levar onde realmente se quer. Coragem pra encarar todos e começar o zero (que, na verdade, não é tão zero assim). Maturidade para assumir os riscos, paciência e determinação perante as possíveis dificuldades. Afinal, nem sempre tudo sai como planejado, certo?

Tempo de mudança nem sempre é fácil… mas é sempre válido ponderar, reavaliar, repensar… Nada é tão fixo que não se permita transformar.

Não tenha medo de mudar se achar que deve, se sentir que quer…
Eu não tenho!

Dois mil e doze;

Eu, particularmente, adoro o Ano Novo. Sabe aquela sensação de renovação? Aquele sentimento de que é possível recomeçar que invade todos ao redor e faz os ambientes e os últimos dias do ano se tornarem mais leves e agradáveis. “Calma, falta pouco, tem um Ano Novo chegando aí! Logo tudo melhora, logo tudo muda…”

Muda? Melhora?

Tenho que concordar com o meu querido Carlos Drummond de Andrade, acho brilhante o sujeito que teve a idéia de cortar o tempo em fatias. “Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente” (Drummond). Vocês também não acham?

Na realidade, sabemos que não é bem assim… No dia 1º quando acordarmos ainda seremos nós mesmos, teremos as mesmas contas para pagar, os mesmos problemas para resolver, os mesmos amigos (talvez alguns novos devido às comemorações de virada), a mesma família, o mesmo cachorro, as mesmas limitações, os mesmos sonhos, os mesmos amores… Enfim, a não ser que você seja o ganhador da Mega Sena da virada, não vai mudar muita coisa.

Mas, o que eu gosto nesta data é que ao bater na porta, o novo ano traz uma chance… A oportunidade de avaliar as nossas ações, conquistas e derrotas do Ano Velho que está dizendo adeus, para que a partir desta análise possamos traçar um “plano”. Neste plano pode haver sonhos, defeitos que queremos mudar, qualidades que procuraremos ressaltar, metas como emagrecer, ganhar dinheiro, arranjar um novo amor, ser menos egoísta, dar mais atenção à família, começar um curso de línguas…

Não creio que metade destes “planos” sejam concretizados por completo, mas assim que o ano vira, uma sensação boa invade o peito quando fechamos os olhos por uma fração de segundos, inspiramos fundo e o ar frio preenche nossos pulmões. Nada mais passa em nossa cabeça a não ser coisas boas. Essa corrente de pensamento, essa energia positiva, fortalece a todos nós e reabastece as forças para mais um capítulo do livro de nossas vidas, novinho em folha, só esperando para ser preenchido com nossas histórias.

E tudo nesse Novo Ano que dá as caras, absolutamente tudo, só depende de nossas escolhas.

Eu? Eu desejo mais espontaneidade e menos complicação. Quer dizer? Diga. Quer amar? Ame. Quer chorar? Chore. Quer voltar, volte. Quer pedir? Peça. Quer cantar? Cante. Quer ser entendido? Explique. Quer dançar? Dance. Quer fazer? Faça. Não perca o precioso tempo com imaturidades como orgulho, pessimismo, irredutibilidade, inveja, ciúmes ou vergonha.

Criamos tantas desculpas, problemas e defeitos em cima das nossas próprias vontades que complicamos o que deveria ser simples. Mascaramos o que não deveria ter motivos para ser escondido. Então, em 2012, simplifiquem, desapeguem e valorizem aquilo que realmente importa em suas vidas. E desfrutem da tão fugidia felicidade que, na maioria das vezes, não percebemos, mas está presente nos pequenos momentos rotineiros da nossa vida.

E claro, como eu sou uma eterna apaixonada por música, não poderia faltar minha sugestão. Aqui vai uma canção que eu amo e que acho a cara do Ano Novo. Feliz 2012, meus amigos!