Tic tac

O tempo se arrastava naquela manhã. O vento frio que cortava ar fazendo com que ela se lembrasse saudosamente dos dias chuvosos que enfrentara na capital. Não parava para pensar muito sobre o tempo em que se manteve afastada. A rotina lhe consumia o suficiente para torna seu pouco e precioso tempo livre um momento de ócio mental. Não se pegava recordando a menos que algo a remetesse diretamente a alguma situação vivida. Talvez esta fosse uma forma de negligenciar a saudade que consumia suas entranhas. O que outrora foi, se foi para não mais voltar. E assim os dias seguiam sem que ela pudesse notá-los.

Mais intensidade, pfvr

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Estou tão farta de pessoas ‘mais ou menos’. Quero ao meu lado os loucos e intensos com sentimentos tão exacerbados a ponto de serem engolidos a cada momento por suas emoções. Quero gente dramática, que chora de raiva e grita de alegria. Quero ao meu lado os que gargalham alto e não tem vergonha ou frescura de dizer o que pensam e mostrar o que sentem. Quero pessoas sem medo de errar, que tropeçam, que caem e que voltam atrás quando julgam necessário. Procuro pessoas inteiras e autênticas, para estar ao meu lado por completo, da mesma forma que eu estarei ao lado delas.

Coisas que acho que sei

Nem tudo na vida acontece como planejamos ou dá certo na primeira tentativa. É colega, a vida não é nenhum conto de fadas da Disney onde fadinhas vão vir me transformar em uma bela Cinderela ou animais falantes vão me mostrar o caminho certo a seguir. As coisas raramente caem do céu diretamente no nosso colo e pouquíssimas pessoas conquistam seus objetivos sem terem tirado seus belos traseiros das cadeiras.

Não se deixe dominar pelo medo, comodidade, preguiça ou ‘seja lá o que for’ que te trava e te faz questionar se vale a pena insistir e lutar por aquilo que você quer e acredita. O dia hoje não foi fácil, mas também há outros (as) que tiveram dias muito piores, enfim… Reclamar nunca foi a melhor alternativa pra solucionar problema de ninguém, se é que vem a ser uma opção. É apenas um jeito fácil de tirar a responsabilidade de si. O que pode, talvez, funcionar é continuar tentando. E se não der certo novamente, tentar e tentar e tentar mais um pouquinho.

Não, não… não tenho certeza plena do que estou falando. Falo apenas daquilo que acho que sei e mesmo que isso não seja totalmente certo, eu me forço a continuar arriscando, me pressionando, me desafiando. Porque eu sei que eu aguento… aguento mais uma ou duas vezes, quem sabe mais… Ou talvez eu nem aguente, mas eu me faço acreditar que aguento. E quem sabe, mesmo se não der em nada, e eu descobrir coisas que ainda não sabia, com certeza já vai ser de grande valia – (não era pra rimar).

Eu vou até o fim, você vem comigo? 🙂

p.s.: Acho que hoje só por John, né?

cheiro ruim;

Nada pior do que ficar sozinha. Talvez este seja o motivo que me leva a encarar uma rotina de viagens para minha cidade natal, Uberaba (MG). Tudo para ficar perto da família e dos meus amigos. Nasci e cresci no interior, por isso sou daquelas pessoas que precisam fugir um pouco do céu cinzento da cidade grande e respirar um pouco de ar puro.

No meu pequeno apartamento, olhei pela janela. O dia parecia normal em São Paulo, mas como a previsão anunciou uma tempestade achei melhor sair mais cedo para não pegar trânsito. Me dirigi à rodoviária Tietê com uma hora de antecedência e fiquei observando as pessoas. Ao contrário de algumas pessoas que gostam de chegar em cima da hora, eu adoro ficar olhando o movimento da rodoviária.

Alguns minutos antes de dar a hora da viagem desci as escadas até o saguão de espera. Como estava sem bagagem, fui a primeira a subir no ônibus e consequentemente a primeira a sentir aquele cheiro. Já tinha viajado em um veículo assim antes. Seis longas horas desejando dormir para não sentir o fedor. De onde ele vinha eu não tinha certeza. Conformada, sentei no lugar marcado e aguardei a entrada dos outros passageiros.

A segunda pessoa a entrar era uma mulher loura e só consegui notar sua careta de reprovação ao cheiro que infestava aquele veículo. Diferente de mim ela abriu a boca:

– “Mas que cheiro horrível. Cheiro de xixi! Assim não dá, não podemos viajar assim!”

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ela saltou o ônibus e foi discutir a situação com o motorista. Pronto, foi aí que começou. Depois dela, toda pessoa que entrava no veículo se estranhava com o cheiro e faziam questão de reclamar. Alguns se sentavam inconformados em seus lugares bufando alto. Outros saiam pela mesma passagem que entraram para apoiar a mulher loura.

Passado algum tempo, o motorista e seu assistente entraram pela porta para analisar se havia mesmo algum cheiro diferente. Era inegável, por mais que não quisessem assumir, a careta que lhes tomou conta denunciava a repulsa.

– ” É. Está um pouco desagradável” – disse o motorista.

– “Um pouco??? Quero ver o senhor passar 6 horas fechado em um lugar com esse fedor de xixi” – retrucou uma senhora de idade atrás de mim.

– “Bom, acho que não temos nenhum outro veículo na garagem. Mas podemos passar lá para jogar um spray” – sugeriu ele.

Como se um sprayzinho pudesse dar conta daquele cheiro. Enquanto isso,  a mulher loura continuava do lado de fora falando com o supervisor da viação. Meia hora depois, ela entrou e anunciou:

– “Boa noite a todos. Meu nome é Marisa e consegui convencê-los a resolver esta situação. Eles afirmaram que não há outro veículo disponível para nos levar, mas ameaçei denunciá-los. Agora vamos deixar nas mãos deles. Vamos esperar.”

Dez minutos depois, saímos da rodoviária. Destino: garagem da empresa.

Abismada com a confiança da mulher, me senti feliz e de certa forma segura. Os minutos que se seguiram foram bem desagradáveis. Entre as reclamações, prendíamos a respiração para aguentar o máximo de tempo possível.

Enfim, chegamos ao local. Para nossa surpresa, a garagem estava lotada de veículos novos parados. A primeira coisa que veio a mente de todos: “Ué, vocês disseram que não havia outros veículos.” Porém, resolvemos não criar caso com isso se o nosso problema fosse resolvido. E, pelo visto, a ameaça de Marisa funcionou. Logo fomos transferidos para um ônibus lindo, espaçoso e incrivelmente cheiroso.

Nos meus 3 anos de viagens constantes nunca havia sido premiada com essa sorte. No fim, até que valeu a pena aguentar o cheirinho de xixi por algum tempo. Marisa entrou por último e foi recebida com agradecimentos e palmas. Ela fez algo que deveria ter feito da primeira vez que isso aconteceu comigo: exigir seus direitos.

Depois dessa pequena confusão tudo correu bem e a viagem seguiu seu curso normalmente.

transtorno inesperado;

Nas minhas idas e vindas de São Paulo no mês de janeiro presenciei uma cena surpreendente. Chovia muito na cidade e eu não pretendia permanecer muito tempo lá. Queria voltar logo para Uberaba e ficar com a minha família curtindo o resto das minhas férias. A minha passagem estava marcada para 19h15, por isso sai de casa às 16h. Porém, o congestionamento estava tão grande que cheguei a pensar que iria perder o ônibus. No fim, como sempre, acabou dando tudo certo e a ansiedade só serviu para me fazer perder alguns fios de cabelo. Meu namorado me deixou no metrô Santa Cruz exatamente às 5h35 e consegui descer no Tietê às 6h08. Corri, retirei minha passagem e até deu tempo até de fazer um lachinho.

Como de costume desci para a plataforma e aguardei a chegada do ônibus. Embarquei e sentei em minha poltrona para aguardar a saída do veículo. As pessoas começaram a entrar e ocupar seus lugares. De repente, um garoto de uns 14 anos entrou cambaleando e segurando uma enorme caixa de papelão meio rasgada nas laterais. Tudo aconteceu muito rápido.

Após dar dois passos, a caixa cedeu e uma cadela de porte médio e aparentemente doente caiu no chão. Aterrorizada, ela nem se moveu. O menino tentou tampá-la imediantamente, mas era tarde demais. Muita gente já tinha visto o que o papelão estava escondendo. Sem conseguir enfiar a cachorra de volta, o garoto desistiu e tentou espantar a bicha para fora do ônibus. Um parente do garoto pegou abruptamente na pata dianteira da cadela resmugando e saiu arrastando-a e resmugando até o fundo do veículo. A moça do meu lado soltou: “Não faz isso, você vai machucar ela!”

Depois dos 5 segundos inicias de choque da tentativa frustada de levar o animal escondido, as pessoas ao meu redor começaram a comentar a situação. E foi aí que a discussão teve início.

– Gente, alguém tem que ir lá contar pro motorista – disse a mulher na minha frente.

– Pois é, cachorro late! Imagina esse bicho fazendo xixi aqui dentro – reclamou a mulher da poltrona 7.

– Ah! Eu não reclamo! Vão expulsar ela se falarem! Cachorro é animalzinho tão bom, faz parte da família – comentou a velhinha atrás dela.

– É verdade! Em algumas situações o cachorro é melhor até que o ser humano, mais leal – acrescentou sua neta.

De repente, os seguranças entram e tentam tirar a cadela, mas a dona implorava para que o animal pudesse viajar com eles. (Com certeza alguém dedurou a presença do ser de 4 patas).

Enquanto isso, as pessoas continuavam a comentar.

– Imagina só, essa cachorra doente. Vai passar pra gente! – comentou o senhor sentado atrás de mim.

– Que isso! Doença não passa assim não, senhor! – retrucou a jovem do lado dele.

– É. Mas cachorro tem pulga – ele disse

– Ahn??? – incredulidade tomou o rosto da jovem.

Enfim, comentários a parte, depois de um enorme barraco que eu prefiro não narrar a dona do animal precisou sair do ônibus que já estava com a saída atrasada 30 minutos devido a esse constragimento.

A última coisa que a senhora disse ao passar com a cadela no colo e os olhos cheios de lágrimas foi: “Ainda bem que não vou ficar aqui, pois se visse um bebê chorando era capaz de estrangular.”

Aquilo me chocou por alguns segundos, mas logo esqueci o assunto. Quando o veículo parou em Campinas um passageiro embarcou e sentou-se do meu lado. Durante a viagem, o seu celular insistia em tocar de minuto em minuto. Cada hora era um membro diferente de sua família. Não demorou muito para começar os “shhhhhhhh” e os “põe no silencioso”. Mas o cara não pareceu dar muita bola. Até que, de repente, a mulher da poltrona 7 diz: “O animal não teria incomodado tanto quanto o celular.”

Nessas horas eu me pego tentando entender a cabeça do ser humano. Eu acho que as pessoas gostam é deter do que reclamar sabe. E se tivesse um bebê ali chorando é dele que elas reclamariam. Talvez aquela pobre cadelinha não fosse dar um pingo de trabalho, mas… Nunca dá pra agradar todo mundo.

Se você quer viajar com seu cachorrinho e não quer passar apertado, pesquise antes! Dê uma olhada neste site e veja as dicas: http://bbel.uol.com.br/variedades/post/vai-viajar-com-seu-animal.aspx

Como cada empresa segue suas regras, vale ligar na viação pela qual você viaja para ver qual é o procedimento deles.

um dia qualquer…

Faz tempo que não posto. Mas também faz tempo que não tenho tempo! Os dias tem passado numa velocidade assustadora que quase nem assimilo tudo que acontece ao meu redor. Acordo e já está na hora de trabalhar. Vou para a redação da minha revista e quando vejo já são 15h. Olho de novo no relógio… Meu Deus já são 18h. Por fim, quando dá 20h desisto de terminar o que estava fazendo e deixo tudo pro dia seguinte. E nesse vai e vem maluco, chega sexta. A temida sexta! É dia de fechamento, dia de cortar matéria, dia de comer as delícias – que um certo alguém de uma certa lista vai trazer – para alegrar o fim de um ciclo. Enfim o tão esperado fim de semana chega! Pisco… e chega a segunda-feira para bater na porta dos meus sonhos e me arrancar da cama. E lá vamos nós de novo. Eu correndo contra o tempo para ter mais tempo!

Mas, apesar de tanta correria, me sinto bem! Certa tranquilidade me invade quando penso que estou do lado – literalmente – de alcançar  meu maior objetivo. Começo até a pensar que preciso traçar metas maiores, agora que estou tão “colada” aonde queria estar por toda minha vida.

Esses dias conversei com uma amiga do trabalho sobre uma entrevista que ela fez com um psicológo (não sei o nome, pois nem ela se lembrava mais) a respeito de separar vida pessoal da profissional. Eis o que ele disse a ela: Pessoas que durante o trabalho utilizam mais sua parte física (ex.: trabalhadores braçais) quando chegam em casa a noite precisam ler uma revista ou fazer alguma coisa para que exercitem sua parte mental. Já as pessoas que passam um dia trabalhando mais com a cabeça do que com o corpo (ex. jornalistas), quando chegam em casa muitas vezes não conseguem ler um livro por estarem com a mente totalmente desgastada. E para finalizar ela concluiu que se sente justamente assim: chega em casa e não consegue ler um livro, justamente seu hobby preferido. E é verdade. Tantas vezes nos dedicamos tão desesperadamente ao nosso trabalho que esquecemos de pensar na nossa satisfação pessoal… e assim as coisas não podem dar certo. Também passei por uma fase dessas, mas agora estou sabendo dosar. Afinal o que será do meu profissional se o meu pessoal não estiver 100%?

* O motivo desta fotinha fofa que usei pra ilustrar o post? É que este é o plano de fundo da tela do meu computador no trabalho. Não é uma graçinha? Pois me agrada.

Um abraço a todos e vamos aproveitar cada segundo deste tempo tão curto que temos e que nem podemos controlar.

vivendo através do caos

Noite em São Paulo. Saio do meu trabalho às 19h, em ponto. Vou para o 1º ponto da Av. Rebouças e pego qualquer ônibus sentido Consolação. Essa trajetória leva em média menos de 15 minutos quando o trânsito está bom – são apenas 4 pontos. 

Tudo costuma correr bem, mas o último mês é digno de um relato. Greves, chuva e mais greves me obrigavam a ficar dentro do ônibus cerca de 40 minutos a caminho do ponto da Paulista intersecção com a Consolação.

A quarta vez que isso aconteceu, falei “basta”! Desci do ônibus e fui apé. Deram cerca de 10 minutos caminhando até o ponto. O único problema foi passar pelo viaduto, que é um pouco perigoso, mas acompanhei o fluxo de pessoas irritadas que, como eu, haviam desistido de esperar.

Tive que repetir isso alguns dias depois, pelos mesmos motivos e começei a notar: o problema está neste pequeno trajeto do primeiro ponto da Rebouças até a Paulista. Todo o caos reside ali. Quarenta minutos para andar cerca de 50 metros? É isso? (Não tenho muita noção de espaço.) Passando dali, o trânsito flui.

Enfim, utilizar o transporte público em São Paulo está cada dia mais difícil. Claro que isso depende da região, do horário e da linha de ônibus que você precisa pegar. Com o tempo você adquire experiência e vai se pegar dizendo: “Ah mas esse ônibus custa a passar e está sempre cheio”; ou quem sabe: “Vamos nesse que ele é vazio e tranquilo.”

Nos moldamos conforme as necessidades e horários pré-estabelecidos. E apesar de tudo que disse acima, não estou reclamando, por mais que pareça. Eu gosto de andar de ônibus, ver pessoas, o movimento da cidade. Talvez por nunca ter tido muito contato com essa realidade antes dos 18 aninhos. Mas, o que quero dizer é que às vezes a situação fica insustentável.

Cansaço depois de um dia de trabalho e ter que aguentar 40 minutos espremido feito uma “sardinha enlatada” em pé é dose, não acha? São Paulo é uma boa cidade, com inúmeras oportunidades e diversas coisas a oferecer, entretanto não comporta o número de pessoas que utilizam de seus serviços.

Pelo menos, assim percebo no dia a dia, pegando ônibus, metrô, andando na rua. Tem gente saltando aos olhos para qualquer lado que você olhe.

Ainda essa semana aconteceu algo inusitado, para mim, referente à condução na volta para casa. Passaram 24 ônibus no ponto e eu não consegui entrar em nenhum. Todos lotados. Pessoas dependuradas pelas janelas, lutando por um espaçinho para se apoiar. Depois de meia hora esperando, consegui! E cheguei em casa (isso que importa, não é?)

Morta, cansada, com fome, mas bem viva. Vai ver é isso que chamam de luta pela sobrevivência.

Mato meu leão por dia. Aqui tem que ser assim.

Um espaço sem mim

Não tenho visto o tempo passar. Só me dou conta quando risco dias no calendário. Falta quanto para voltar para casa? Falta quanto para ver meu pai, meus avós, meus irmãos e até o papagaio que eu digo odiar. Falta quanto para querer sair de casa e voltar a ficar sozinha? Aqui quero estar lá. Lá quero estar aqui. Entende? Nem eu. Sei apenas que preciso de mais tempo para fazer as coisas se encaixarem. Sair de casa não foi fácil. Agora é diferente, casa já não é mais casa, casa é visita, é férias, é saudade. Casa é onde estou agora, sozinha, com alguém, carrego minha casa comigo. Doí. Sim, às vezes doí, e muito. Um vazio que não se preenche nem com o maior dos sorriros, o melhor dos salários, a mais bela das músicas, o mais surpreendente filme. Nada cabe nesse espaço – ele é muito fundo.

Aonde estão todos os meus sonhos de criança, jovem, mulher? Quero voltar. Quero aquelas pessoas comigo. Preciso delas na minha vida. Venham. Estejam comigo. Sufoca. Respiro, levanto a cabeça e volto a trabalhar. Já não choro mais. Mas ainda sinto. Arracaram um pedaço de mim e a cada passo que dou me vejo mais longe dele. Estou na direção errada? Mantenho minha cabeça erguida.

A vida segue e puxa de todos os lados. Estou sendo fraca?  Tenho duas vidas em uma só.

Minha vida em São Paulo

Conciliar faculdade e trabalho tem saído uma tarefa mais cansativa do que eu esperava. Ou mais fácil? Não, nada está fácil. Mas mesmo assim dou meu jeito. Consigo um tempo para ir no cinema, ouvir as bandas que gosto e olhar pela janela do 9º andar até meu olhar se perder na escuridão e já não perceber mais o barulho do alarme da moto que soa toda noite. Ainda consigo entrar em transe e sair dele recomposta. Meio.

Chegar em casa e ter alguém me esperando, alguém que vive só pra me esperar, alguém que espera pra me amar, recompensa minha alma por mais exausta que esteja. Ter pra quem voltar é tudo, ter com quem contar vai além de qualquer explicação racional. O ser humano não nasceu para ficar sozinho.  

As coisas costumam dar certo pra mim. Por isso, eu nunca paro de seguir em frente. Um passo atrás do outro, sempre avançando. E por isso e por outros, as coisas, as pessoas, os momentos vão ficando para trás. Os tenho comigo, os levo em mim. E sigo querendo voltar, querendo ficar, querendo parar. Mas eu sigo, sempre sigo.

Fique pra trás, em mim, en-fim.